Foi em 17 de março que o governador Carlos Moisés da Silva assinou o decreto de isolamento social e de restrições de circulação em Santa Catarina. Efetivamente, a partir do dia seguinte é que as medidas entraram em vigor, mudando radicalmente o cenário do Estado. Nesta sexta-feira, completamos 30 dias de quarentena por conta do coronavírus.
Chegamos em 17 de abril de 2020 com 926 casos confirmados e 30 mortes causadas pela doença. Ao mesmo tempo, os impactos econômicos do vírus surgem diariamente com suspensões de contratos de trabalho, demissões e fechamento de empresas. Como tenho frisado, não há como desvincular – e nem existem motivos para isso – economia e saúde.
Entramos agora no segundo mês ainda com uma perspectiva lenta de retomada das rotinas. Basta olhar a programação apresentada pelo governo do Estado com apontamento para abertura de atividades a partir de 30 de abril e 31 de maio.
A pressão de setores econômicos cresce diariamente, o que é natural diante das perdas apresentadas por entidades civis organizadas. Ao mesmo tempo, especialistas em saúde cobram a manutenção do isolamento. Órgãos fiscalizadores, como os Ministérios Públicos, pedem que as flexibilizações somente ocorram diante de comprovações médicas.
Com o avançar da quarentena, tanto o governador Carlos Moisés da Silva como os prefeitos, que passaram a ter mais autonomia nesta semana para a tomada de decisões sobre o que pode ou não funcionar, se veem ainda mais cobrados por posturas de retomadas. Para tanto, também precisam responder à estrutura da rede de saúde, fundamental para a reabertura das atividades. Em 30 dias, Santa Catarina teve um aumento no número de leitos de UTI justamente em preparação para o novo momento que precisará ocorrer.
O Estado ainda tem pontos a cumprir para se dizer totalmente preparado. A continuidade da implantação dos espaços de terapia intensiva e a aplicação de testes são dois dos principais. Em comparação com outros Estados, ainda estamos distantes da lotação de leitos existentes, uma notícia positiva e que dá mais tempo para o aumento da estrutura. Mas o alerta do Amazonas, São Paulo e Rio de Janeiro, onde o quadro se agrava, precisa estar no radar catarinense neste momento.
Do ponto de vista econômico, o fim das reuniões diárias com o grupo montado para discutir a retomada de algumas atividades aponta que as próximas liberações devem ocorrer somente em 30 de abril. Mesmo assim, o Estado vem conversando com alguns setores, incluindo os profissionais de educação física que cobram a volta das academias. Bares e restaurantes também pressionam e mostram os resultados negativos das demissões, assim como em outros setores.
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